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“Contra-Mnemónica” – exposição de pintura e vídeo no Centro Cultural Grandella em Aveiras de Cima

Patente até ao dia 16 de fevereiro

O Município de Azambuja organizou uma exposição intitulada “Contra-Menmónica” na Biblioteca do Centro Cultural Grandella, em Aveiras de Cima. A mostra é composta por cerca de duas dezenas de telas do pintor Afonso Nu e dois vídeos de Ariel Roque Pinheiro. A inauguração decorreu no passado dia 19 de janeiro, ficando a exposição patente até dia 16 de fevereiro.

Em termos biográficos, ainda não se sabe bem de onde vem nem para onde vai Afonso Nu. Sabe-se apenas que é pseudónimo de João Pinheiro, nascido em África, na antiga Lourenço Marques onde viveu até aos 14 anos. De lá para cá, percorreu geografias diversas, sem nunca ter deixado de riscar e colorir. Algures, frequentou o curso de desenho e pintura do Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual. Atualmente, vive e trabalha na Serra da Arrábida e para além de desenhar e pintar passa grande parte do seu tempo a estudar e a observar. A partir da reflexão e consciencialização do que o rodeia vai registando as suas estórias, personagens, cenários, ambientes.

Por seu lado, Ariel Roque Pinheiro é apaixonada pelo documentário. Especializou-se em fotografia, vídeo e instalação concluindo o mestrado com uma dissertação sobre o dever da memória, a morte e o esquecimento. Tem-se dedicado a estudar o cruzamento entre a Arte e a Antropologia no âmbito do mestrado Antropologia-Culturas Visuais. Para além dos seus projetos pessoais, trabalha como fotógrafa e videógrafa independente. Trabalhou com artistas como Jon Luz, Ana Sofia Paiva e Marco Oliveira e em organizações como Serenata do Intendente ou Sul da Língua no B.leza. Seja fotografia, vídeo, instalação… para Ariel não importa o meio, mas sim partilhar e viver!


Para estimular a curiosidade, fica, pela mão do próprio autor, a sinopse da exposição.

Como uma inquietude manifestada pelo desejo de reconciliação com o passado, “Contra-Mnemónica” não é uma exposição sobre a memória, lembrança ou esquecimento, mas sim sobre a manifestação e libertação de um tempo, resgatado ao seu estado invisível e silencioso. O passado não se conserva através de uma imagem, o que se manifesta nela é sempre um fragmento, um vestígio.

Em “Contra-Mnemónica” pretendo trazer para as salas desta Biblioteca, trechos reminiscentes do meu passado, fundados em memórias mais amplas. Maculadas pelo imaginário, não são imagens simplificadas nem organizadas. Vivem, revivem e organizam-se de forma orgânica, frágil e efémera dentro de mim. Nesta exposição partilho seis temáticas. Apresentadas de forma rizomática, franca e vulnerável - Anciãos, Mães, Jornas, Essência, Estórias, Ignotos - evocam a minha relação com vivências de espaços e tempos pessoais, mas que habitam em todos nós.

“Contra-Mnemónica” conta com a colaboração de dois vídeos de Ariel Roque Pinheiro que tem vindo a estudar algumas questões relacionadas com a memória. A Festa e Moira Cristal são vídeos que se afastam da obra de arte como memorial para se aproximarem da obra de arte como libertação do pensamento, deixando espaço à coexistência tanto do real como do imaginário, do presente como do passado.


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