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Carta aberta do Presidente da Câmara Municipal de Azambuja

08 de junho de 2020 (documento PDF)  

 

Ainda que possa parecer estranho ou longe da realidade, verificamos que o mundo mudou num curto espaço de tempo, e tudo está a mudar com ele. Estamos a atravessar um momento muito difícil da nossa história e é essencial estarmos TODOS unidos.

A atual pandemia tem reforçado a consciência cívica de quase todos os cidadãos e têm sido várias as demonstrações de solidariedade para com aqueles que se encontram em maior fragilidade. Este sentimento de pertença, tão notado e forte por exemplo nas nossas festas, na nossa união cultural e na partilha de valores, também se tem feito notar agora, em tempo de dificuldades. Constato, com grande satisfação, que as nossas gentes sabem manter esse espírito de união e de pertença, mesmo quando tudo à nossa volta parece querer ruir.

 

Há cerca de 20 anos que estou na Câmara Municipal de Azambuja, seja como vereador ou como presidente, mas não foram 20 anos planeados porque para mim a política nunca foi uma carreira. A ação política foi a forma que encontrei de viver uma cidadania responsável, de cumprir o dever de participar na sociedade em que estou inserido. Decidi abraçar a oportunidade de lutar por valores, de concretizar ideias, de conceber projetos e executá-los, muitos dos quais estão já no terreno e outros estarão em breve.

A política é, igualmente, uma aprendizagem para lidar com a deceção, e é claro que já tive muitas, mas nunca as aceitei como uma fatalidade. Nunca me conformei com as deceções, pelo contrário, sempre me fortaleceram e ajudaram a seguir sempre em frente, com muito mais força do que a que tinha antes da desilusão. É essa a força que me tem permitido vencer os obstáculos e prosseguir a luta diária com um empenho redobrado.

 

O Executivo da Câmara Municipal de Azambuja não tem andado distraído, nem receoso, nem usa de passividade política no que respeita às suas obrigações e responsabilidades. Estamos cá todos os dias, dando sempre o nosso melhor, e assim continuaremos a fazer, sem a preocupação com ataques de onde não era suposto surgirem, nem com faltas de solidariedade de onde eram mais devidas.

Todos os eleitos pelo Partido Socialista na Câmara Municipal de Azambuja, na Assembleia Municipal e nas Juntas de Freguesia, toda a Comissão Política Concelhia do P.S. de Azambuja, assim como os mais variados quadrantes políticos, têm-me demonstrado enorme solidariedade e carinho pessoal, que desde já agradeço.

 

Enquanto Presidente da Câmara Municipal de Azambuja – e também enquanto cidadão Luís de Sousa – repudio toda a baixeza dos ataques proferidos contra mim, porque nem eu, nem nenhuma das pessoas que me acompanha somos racistas ou xenófobos, mas isso não invalida que, por vezes, tenhamos de usar mais vigor para defender os nossos munícipes, principalmente quando está em causa a saúde pública.

Confirmo que pensei em desfiliar-me do Partido Socialista, mas não o farei. Jamais me demitirei das minhas responsabilidades e nunca porei em causa a confiança que o Povo de Azambuja depositou em mim. Aos de fora, deixei-me que diga, não recebo lições nem vou atrás de modas, farei sempre o que a minha consciência ditar, o que for melhor para a defesa dos munícipes do Concelho de Azambuja.

 

Tudo temos feito e continuaremos a fazer para garantir a inclusão social e, assim, diminuir o sentimento de insegurança por parte da população, mas como todos sabemos, essa não é uma tarefa fácil. Ainda assim, nunca houve qualquer estigmatização de nenhuma pessoa ou grupo social, pois isso seria um grande obstáculo à integração que queremos para todas as pessoas e grupos sociais.

É humanamente intolerável, e socialmente perigoso, alguns, que não o deviam fazer, aproveitarem-se politicamente destas situações, inventando tempestades onde não existem. Por outro lado, ainda que a integração seja um desafio social e não um caso de polícia, há momentos em que os equilíbrios são muito difíceis de conseguir, e quem está no terreno e não num distante gabinete é que percebe melhor as realidades locais e as necessidades imediatas para preservar a paz social e a saúde publica.

 

O “pessoal” das modas que tanto se chocou com uma frase, que de todo não era ofensiva para ninguém, devia preocupar-se igualmente com outras situações que na esmagadora maioria são da sua responsabilidade, mas que é a Câmara de Azambuja que insistentemente tem de fazer o que deveria ser feito pelo Governo, a quem competem essas obrigações. Mas mais uma vez, nós é que estamos junto das populações, não estamos num distante gabinete em Lisboa.

Muito mais haveria para falar, mas temos de nos concentrar no essencial, e o mais importante é que consigamos TODOS FICAR BEM. Podem contar comigo, com a Câmara Municipal e com o Partido Socialista, sempre. Tudo continuaremos a fazer para erradicar este problema de vez do Concelho de Azambuja, para que consigamos voltar às nossas vidas.

 

Ninguém esqueça que tudo o que se fizer pode valer nada, se não houver responsabilidade individual. Por isso reforço o meu apelo para que cada um de nós faça a sua parte.

Propositadamente, deixei para o fim o agradecimento muito sincero e emotivo, que tenho dentro de mim, depois de tantas mensagens e telefonemas de apoio e carinho que recebi, até de pessoas que não conhecia.

A TODOS, sem exceção, Obrigado.

 

O Presidente da Câmara Municipal de Azambuja

Luís Manuel Abreu de Sousa