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Sítio Arqueológico

 Castro de Vila Nova de São Pedro


Designado durante muitos anos como Castro, este sítio arqueológico está situado junto à localidade de Vila Nova de São Pedro. O sítio a que os habitantes locais chamavam “Castelo ou Alto do Castelo”, foi referenciado, em 1929, por José Leite de Vasconcelos, e identificado, em 1936, por Hipólito Cabaço.

Implementado num local estratégico, situa-se a c. 100 m acima do nível médio das águas do mar num pequeno promontório, rodeado pela ribeira de Almoster e outros recursos hídricos de menor expressão que lhe conferem condições naturais de defesa. Com excelente visibilidade e defesas naturais, parece refletir não só uma preocupação defensiva, visível nas suas linhas de muralha, mas de igual modo a necessidade de controle da circulação de pessoas, animais e bens ao longo de uma vasta área.

As sucessivas campanhas de escavação e trabalhos científicos enquadram o monumento na Pré-História, mais especificamente no Calcolítico – 3º milénio AC (2800 -1800 a.C.), período em que surgem as primeiras sociedades agrometalúrgicas.

O recinto principal do povoado possui aproximadamente 40 metros de diâmetro e encontra-se ladeado por bastiões semicirculares. No interior desse recinto foram identificadas algumas estruturas negativas que podem ter tido uma função de armazenamento e uma cisterna.

Afonso do Paço e Eugénio Jalhay, membros da Associação dos Arqueólogos Portugueses, desenvolveram escavações no local entre 1937 e 1967. Apesar de Eugénio Jalhay ter falecido em 1950, Afonso do Paço continuou a assumir a direção das intervenções arqueológicas até 1967, falecendo em 1968. Presença constante nestas campanhas foram os habitantes de Vila Nova de São Pedro e Torre de Penalva.

Ao longo destas 31 campanhas foram identificadas três linhas de muralha, que circundavam um reduto interior, interpretado como o centro do povoado de uma comunidade agrometalúrgica.

Considerado como um dos povoados calcolíticos ícones da Pré-História europeia, Vila Nova de São Pedro foi classificado como Monumento Nacional em 1971 (Decreto nº 516/71, DG, 1ª série, nº 274 de 22 de novembro de 1971), o único no Concelho de Azambuja.

Desde 2017, que o projeto “Vila Nova de São Pedro, de novo no 3º milénio – VNSP3000”, aprovado pela Direção Geral de Património Cultural, sob responsabilidade científica de Andrea Martins, José Morais Arnaud, Mariana Diniz e César Neves tem procurado desenvolver um trabalho com vista à valorização científica, patrimonial e social do povoado fortificado. Este projeto tem sido desenvolvido em estreita ligação com a Associação dos Arqueólogos Portugueses, pois no Museu Arqueológico do Carmo estão depositados a maioria dos materiais arqueológicos provenientes de Vila Nova de São Pedro e aí existe uma sala de exposições dedicada a este povoado. Além da Associação dos Arqueólogos Portugueses e do Museu Arqueológico do Carmo, este é, igualmente, um projeto de investigação da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, que conta com a colaboração da Câmara Municipal da Azambuja e da União das Freguesias de Manique, Vila Nova de São Pedro e Maçussa.

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