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Vale do Paraíso

Património Religioso na Freguesia de Vale do Paraíso.


Segundo o imaginário lendário, tem a sua origem no achamento de uma imagem de Nossa Senhora, escondida no tronco de um sobreiro, por um pastor, ou caçador, por volta do ano de 1570 ou 1580. Dando a notícia do santo achado, a Imagem foi levada para a igreja de Aveiras de Cima sucessivas vezes, mas a Senhora voltava sempre ao sobreiro, dando com isso o sinal de querer permanecer naquele lugar. 

Preservando como relíquia o sobreiro, donde o povo retirava pequenos ramos milagrosos, uma pequena cabana, ou ermida para acolher a Senhora, deu origem ao atual templo de Nossa Senhora do Paraíso, zelado e administrado pela secular Confraria de Nossa Senhora do Paraíso. Esta tem a sua origem no primeiro contrato feito entre a Comendadeira do Mosteiro de Santos da Ordem de Santiago que senhoreavam a Vila e concelho de Aveiras de Cima e Vale do Paraíso e detinham a jurisdição eclesiásticas sobre as igrejas do termo, com os moradores de Vale do Paraíso, para estabelecer o que cada parte pagaria a um capelão. Terra eleita por D. João II que aqui recebeu Cristóvão Colombo, regressado da descoberta do Novo Mundo, o “Pai do Estado Moderno” estanciava no lugar, não por razões de Estado, mas do seu estado de alma. Aqui se conjuga integralmente o Rei e o homem.

Orientado a Poente, o templo é de nave única, diferenciado da capela-mor por arco de volta perfeita, assente em pilastras posteriormente ornadas com pinturas vegetalistas. A cobertura da capela-mor é em abobada estucada e decorada com pintura estilizada, a fresco, sobre a temática do Paraíso, executada em 1671, bem cultural único no Município. O retábulo mor segue a linguagem plástica tardia da arquitetura efémera onde predominam os marmoreados, com tribuna de degraus e peanhas nos painéis laterais. Tem dois altares colaterais e um lateral. A azulejaria da capela mor é de cromia azul e branco, com motivos vegetalistas e figurativos, sendo a da nave azulejaria decorativa tipo tapete. A fachada principal acompanha a frontaria e estrutura da cobertura a duas águas, com portada de verga reta sobre- pujada por lintel, exibindo escudete heráldico e a data de 1555. Adossada a sul, torre sineira de 1957.

 

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